O Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, celebrado anualmente em 25 de julho, é um momento crucial para reconhecer as lutas, conquistas e desafios enfrentados por essas mulheres ao longo da história. Instituído em 1992 no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, a data serve como um lembrete constante da necessidade de combater o racismo estrutural e a discriminação de gênero que persistem em nossas sociedades
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25 de julho: Um marco na luta por direitos e visibilidade
O Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, celebrado anualmente em 25 de julho, é um momento crucial para reconhecer as lutas, conquistas e desafios enfrentados por essas mulheres ao longo da história. Instituído em 1992 no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, a data serve como um lembrete constante da necessidade de combater o racismo estrutural e a discriminação de gênero que persistem em nossas sociedades.
No Brasil, a data ganha ainda mais significado com a figura emblemática de Tereza de Benguela. Líder quilombola do século XVIII, Tereza se tornou símbolo de resistência e bravura ao liderar o Quilombo Quariterê por décadas, após a morte de seu marido. Sua visão estratégica e organização do quilombo, com a criação de um sistema de defesa e produção agrícola, a colocaram como referência na luta pela liberdade e autonomia do povo negro.
A história das mulheres negras no Brasil é marcada por persistência e superação. Desde a luta contra a escravidão até os dias atuais, elas têm sido protagonistas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Através da criação de associações, movimentos sociais e ativismo político, as mulheres negras têm lutado por seus direitos e visibilidade, enfrentando o racismo e o sexismo em suas diversas formas.
Décadas de 70 a 90: Um marco na luta por representatividade
A década de 1970 foi um período crucial para a organização das mulheres negras no Brasil. O surgimento do Movimento de Mulheres Negras (MMN) marcou o início de um movimento social organizado que buscava abordar as pautas de gênero e raça de forma conjunta. Figuras como Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro se destacaram nesse período, contribuindo para a consolidação das pautas das mulheres negras através de seus trabalhos acadêmicos e ativismo político.
Novos tempos, novos desafios: A luta das mulheres negras na era digital
As últimas décadas têm sido marcadas pela ascensão de novos movimentos de mulheres negras em todo o país. A internet se tornou uma ferramenta poderosa para amplificar suas vozes e conectar pessoas em todo o mundo. A 1ª Marcha das Mulheres Negras, em 2015, foi um marco histórico na mobilização social, reunindo milhares de mulheres em Brasília para reivindicar seus direitos.
Djamila Ribeiro: Uma voz potente no cenário atual
A filósofa e escritora Djamila Ribeiro se tornou um dos principais expoentes do feminismo negro no Brasil. Com seu enorme alcance midiático e engajamento nas redes sociais, Djamila tem conquistado cada vez mais leitores e contribuído para levar as pautas das mulheres negras para um público mais amplo. Seus livros e artigos são ferramentas essenciais para a compreensão das desigualdades raciais e de gênero na sociedade brasileira.
Ainda há muito a ser feito: Desigualdades persistem e exigem ação
Apesar das conquistas e avanços das últimas décadas, as mulheres negras ainda enfrentam diversos desafios no Brasil. Segundo dados do IBGE, mais da metade da população brasileira é negra, mas esse grupo ainda protagoniza os piores indicadores sociais. A violência, a pobreza e a falta de oportunidades continuam sendo realidades presentes na vida de muitas mulheres negras.
A pandemia de COVID-19: Um agravamento das desigualdades
A crise causada pela pandemia de COVID-19 expôs ainda mais as desigualdades existentes na sociedade brasileira. As mulheres negras, em sua maioria mães e chefes de família, foram as mais impactadas pela crise, enfrentando dificuldades para garantir o sustento de seus lares e o acesso à educação e saúde para seus filhos.
O que podemos fazer para construir uma sociedade mais justa?
O Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha é um dia para celebrar a força, a resistência e a luta dessas mulheres. Mas também é um dia para refletir sobre os desafios que ainda persistem e o que podemos fazer para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
FeneCultura: Uma aliada na luta pela igualdade racial e de gênero
A FeneCultura, organização brasileira sem fins lucrativos, dedica-se à promoção da cultura afro-brasileira e à defesa dos direitos das mulheres negras. Através de diversos projetos e ações, a FeneCultura trabalha para fortalecer a capacidade de organização da sociedade civil, apoiar iniciativas de empreendedorismo negro e promover a educação em direitos.
Por: admin Em 14/6/2024 7:53 AM